ANESTESIA explora a busca incansável para evitar a dor. Este trabalho combina elementos orgânicos e inorgânicos, incluindo luz e cobre tratados com vinho tinto, suor, água poluída, água benta, remédio antidepressivo, sêmen e saliva. Cada componente é escolhido por suas propriedades físicas e simboliza a nossa tentativa de anestesiar emoções e sensações desagradáveis. ​ O cobre, um metal poroso e excepcional condutor de energia, serve como espinha dorsal. O tratamento do cobre com vinho tinto, por exemplo, refere-se a rituais de purificação associados ao vinho e a aspectos intoxicantes associados ao consumo de álcool em geral. ​ A captação de água do rio Pinheiros, em São Paulo, Brasil, um rio em processo de despoluição, mas que ainda apresenta marcas de contaminação, simboliza a luta contínua do homem contra toxinas físicas e emocionais. Esta escolha reflete uma crítica à nossa relação com o meio ambiente e, por extensão, à forma como lidamos com os aspectos tóxicos das nossas próprias vidas. ​ A instalação investiga a idéia de que nossos esforços para evitar o sofrimento podem, paradoxalmente, tornar-nos mais suscetíveis a ele. Ao incorporar substâncias como um remédio antidepressivo juntamente com fluidos corporais associados à relações íntimas e à vulnerabilidade, mas que também são a expressão de formas de evitar a dor emocional, o trabalho desafia o observador a confrontar as suas escolhas de estratégias de enfrentamento. ​ ANESTESIA nos desafia a confrontar nossas profundezas emocionais para enfrentar verdades incômodas sobre como lidamos com a dor e o desconforto. A instalação convida-nos a refletir sobre as formas como anestesiamos as nossas experiências de dor e a questionar se isso resulta em tornarmo-nos mais tóxicos para nós próprios e para os outros.