Jogos & Brincadeiras nasce entre o impulso e a reflexão, do brincar e o pensar. A reflexão começa em gestos da infância — soltar pipa, se esconder, jogar dominó, mover peças — para pensar o quanto a tecnologia molda nossos desejos, espelhos e modos de existir.

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Em Pipa I, telas viram espelhos: pretas, brancas, lisas. Um reflexo inteiro onde o corpo se reconhece e se afirma. Brincar, aqui, é um ato de consciência — o jogo como espelho da própria percepção. Em Pipa II, o reflexo racha. As telas trincadas devolvem uma imagem fragmentada: um corpo dividido entre duas realidades, a tangível e a virtual. O brilho da tecnologia revela o que ela tenta esconder — o fascínio e a violência do que é descartado.

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Esconde-Esconde, Domino geim e Quebra-cabeça falam sobre o encontro entre o físico e o digital, o figital. A pesquisa avança para “câmeras de eco”, que captam e devolvem ondas e a ideia das bolhas digitais, onde tudo o que chega é apenas reflexo do próprio olhar. A imagem do umbigo aparece como símbolo desse movimento: o centro do corpo, o ponto de origem e também o lugar do excesso de si. O jogo não é só visual — é também sobre presença e ausência, sobre o quanto nos mostramos e o quanto as telas são parte do nosso ser.

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Xadrez entre colônias: todas as peças são pretas, como se o jogo deixasse de ser sobre competir e passasse a ser sobre o encontro. Cada peça carrega metade de um símbolo que juntos formam o todo. O tabuleiro mistura ouro e petróleo, elementos que movem o mundo digital. Valor e exploração. Condução e extração. O novo jogo colonial não se joga mais em território, mas em dados, em comportamento, em atenção.

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Entre o espelho e o jogo, Jogos & Brincadeiras transforma a infância em provocação: um convite para olhar, desejar, refletir e talvez, resistir. Consciência é resistência.